Olha pro céu meu amor, vê como ele está lindo: cuscuz de tapioca com côco (1)
Eu sempre amei junho, totalmente em função das festas juninas que eram muitas na minha infância. Nas diversas ruas onde vivemos o povo enlouquecia em maio preparando festas juninas e as festas eram totalmente demais, incríveis. O espírito comunitário ia as alturas em junho. Todas as noites ficávamos na rua até tarde ensaiando quadrilha enquanto pipoqueiros e sorveteiros faziam turno noturno para acompanhar os ritmos dos ensaios das muitas quadrilhas. Caixas de som instaladas nas janelas das casas. As festas eram por rua e a melhor era na nossa rua, claro. Ou na rua das casas das minhas avós, que eram vizinhas. E haviam sempre festas nas ruas vizinhas, na escola, nas igrejas ao redor, nos clubes, nas empresas e onde mais se quisesse. Tudo muito divertido, muitas amizades, muita risada e muita comida boa. Um cuscuz de tapioca bem carioca para demonstrar que o povo do Rio de Janeiro também gosta de festejar Santo Antônio, São João e São Pedro em grande estilo.
Os meus pratos favoritos da época junina (ou julina) sempre foram canjica (ou mungunça, como é chamado no nordeste) e cuscuz de tapioca com côco. Tanto canjica como cuscuz são sobremesas regulares o ano inteiro na minha casa. Mas em junho não poderia faltar. Para a quadrilha da Ana do Eu Mulher eu fiz meu mais do que amado cuscuz de tapioca com côco fresco. Eu comprei dois côcos inteiros aqui mesmo, descaquei com um descascador de batatas e "ralei" no processador (claro que para partir os côcos ao meio eu tive a ajuda do Per). Esta postagem vai ter uma segunda parte pois o cuscuz vai ser servido numa festa na casa de uma amiga portuguesa e espero publicar umas fotos para mostrar a beleza do cuscuz com calda depois de servido
Cuscuz de tapioca com côco
250 gramas de goma de tapioca ou pérolas de tapioca
600 ml de leite desnatado
200 ml de leite de côco light (6% de gordura)
250 gramas de côco FRESCO ralado
1 copo de 250ml de açúcar (use mais, ou menos, se preferir)
2,5 gramas(meia colher de chá) de sal
Água a gosto para dar o ponto
O melhor maneira de obter côco ralado fresco é colocando os pedaços da fruta no processador e então...
em alguns minutos eles vão estar assim, miudinhos, prontos para serem usados no cuscuz.
Como:
Se você for usar a goma de tapioca fresca:
Coloque a goma de tapioca num pote de vidro com metade do côco e misture. Numa panela de fundo grosso ferva o leite com leite de côco, o açúcar e o sal. Depois de fervido derrame a mistura de leite fervido sobre a goma da tapioca, mexa bem e transfira para uma forma molhada (se pretende desenformar depois), para um tabuleiro (se pretende cortar em quadrados). Também pode colocar em formas individuais molhadas. Cubra a mistura e deixe a mistura coberta para que as pérolas da goma de tapioca cresçam. Depois que esfriar um pouco leve à geladeira e deixe gelar por umas 3 horas. Sirva gelada coberta com o resto do côco ralado e com a calda de sua preferência.
Se for usar as pérolas secas, como eu (usei pérolas de tapioca por pura falta de alternativa) faça assim:
Leve as pérolas de tapioca ao fogo médio numa panela de fundo grosso juntamente com o leite, leite de côco, açúcar e sal e mexa até ferver. Depois que ferver abaixe o fogo e deixe as pérolas cozinharem até que elas dobrem de tamanho e fiquem bem transparentes. Se a mistura começar a engrossar demais e as pérolas ainda não estiverem macias e transparentes adicione um pouco de água, aos poucos, algumas colheres de água de cada vez e mexa bem depois de cada adição de água. Quando as pérolas estiverem macias e transparentes transfira a mistura para uma forma, tabuleiro ou forminhas, deixe esfriar e leve para gelar. Sirva gelada depois de ums tres horas de geladeira.
Sirva com calda de frutas, leite condensado ou caramelo.
Serve de 8 a 10 porções
Esta postagem é uma contribuição para a Quadrilha Gastronômica da Ana do blog Eu mulher
Comentários
Sua amiga portuguesa vai adorar experimentar essa delícia brasileira.
Quero ver a segunda parte do post!
Postarei sua receita em breve.
Muito obrigada por sua maravilhosa participação e por dividir conosco essa receita.
Muitos beijos para você
Ainda bem que, para a quadrilha gastronômica da Ana, escolhi outro prato.
Quando vim morar em Curitiba, fiz no meu trabalho para os colegas e todos gostaram, mas não conheciam. E eu cresci comendo cuscuz de tapioca. Ô coisa boa!
Bjs.
Aqui eu encontrava um congelado já raladinho da Goya que era maravilhoso, uma mão na roda. Infelizmente sumiu do mercado, dai só comprando o côco como vc.
Quando era criança, era muito alérgica ao côco, mas felzimente passou.
Acho que no Rio e no Nordeste as festas juninas são bem mais animadas que no sul.
Aguardremos a continuação!
Bjs :)
Que lindo tudo por aqui; adoro rosas e essas lembranças de festa junina me levou com saudades ao interior da Bahia, lá pra Bom Jesus da Lapa.
Vou experimentar essas receitas.
Fiz um link para o meu blog pra não perder você de vista. Será um prazer receber notícias suas.
Parabéns.
Abraços,
Eu disse à Ana que ia "entrar nessa quadrilha", mas parece-me que vou ter que fazer algum prato brasileiro :))
Aqui em Portugal as comidas típicas de Junho são sardinha assada, sardinha assada e + sardinha assada... esse pessoal ainda vai pôr a sardinha em extinção...
esse seu doce nem consigo imaginar o sabor, pq nunca provei tapioca, mas o côco acabado de ralar está com belíssimo aspecto.
Bjs
Super beijo,
Mari
Ja tinha lido a parte da aventura do coco ralado,no blog da Ana e achei o maximo.Às vezes tambem compro cocos para fazer ralado bem fresquinho.
A tradição das sardinhas é nos santos todos.
Bj
Agora vou-te dizer, até tenho água na boca só de olhar as fotos da I e da II postagem!
Acho que vou experimentar.
Diz-me Cláudia, usando as pérolas de tapioca, quando se deita o coco?