Um pão e um pudim para quando as noites atrapalham...



Mais silêncio? Espero que não! É que a escuridão (desgraçada!) que baixou por aqui está encurtando demais minhas possibilidades fotográficas já que não há luz alguma para fazer fotos e isto me desanima muito na hora de pensar uma postagem para o blog. E eu continuo para lá de ocupada e, sem fotos, vou empurrando as postagens e as fotos ruins com a barriga. Com as noite tão longas, longas de enjoar, tudo o que eu quero quando chego em casa é sossegar e comer algo realmente reconfortante e caseiro.



Tenho feito muitas sopas nestes dias de frio e cansaço, nem adianta que eu não consigo me animar mesmo para postar receitas de sopas, nem de pratos salgados. Meu bloqueio em relação aos pratos salgados atualmente é total. Uma loucura isso, mas simplesmente não consigo... Mas para acompanhar tantas sopas todas eu tenho feito vários pães. Fazer pão virou uma mania, uma nova mania já que nunca me animei para pães antes. Mas andei fazendo uns pães ótimos recentemente. Fiz um pão ótimo esses dias, um brioche que é na verdade uma challah com mais manteiga e mais ovos e por isso eu chamei de falso brioche.



A receita do meu falso brioche é uma colagem feita a partir da receita de challah publicada pela Cláudia Lima a partir de um livro de pães artesanais. Eu fiz a challah e ficou super boa, muito semelhante ao brioche, sendo apenas mais leve e ficou pronta bem rápido. Experimentei então adicionar ovos e manteiga e a experiência deu super certo e ficou pronta super rápido. O que vocês veem nas fotos são a segunda leva que rende dois pães e dá para comer no mesmo dia, coisa que nunca acontece com a receita de brioche que leva mais de um dia para ficar pronto...



Falso Brioche
Inspirado nesta receita aqui

240ml de água morna
1 colher de sopa ou 10 gramas de fermento seco instantâneo
1 colher de sal comum
4 ovos grandes + 1 ovo para pincelar na massa
50 ml mel
50 ml de açúcar mascavo
100 gramas de manteiga
4 xícaras de farinha de trigo


Como:

Num pote grande misture o fermento, o sal, os ovos, o açúcar mascavo, a manteiga e a água e ao poucos vá adicionando a farinha e misturando com a mão para incorporar totalmente a farinha aos demais ingredientes. O método de misturar tudo parece louco, mas funciona. Cubra o pote e deixe a massa crescer por cerca de 2 horas. Deixo sempre um pouco mais

Depois que a massa crescer divida-a em duas partes iguais, em cada parte forme duas tripas grossas e enrole uma na outra e coloque a massa numa forma de pão untada com manteiga e deixe crescer por mais uma hora. Aqueça o forno a 180C. Quando for assar pincele ovo sobre o pão e asse por 25 a 30 minutos.




No começo de uma noite longa, lá para 16:00 resolvi fazer um pudim bem leve enquanto fazia o jantar. Umas cinco horas depois, lá pelas 21:00 de uma longa noite, eu e Per comemos os primeiros pedaços. Já estava gelado só de ter passados tantas horas esfriando sobre a bancada da cozinha. Eu amo ovos batidos com leite e açúcar. Não há nada que me apeteça mais nesta vida. Como isso de todas as formas e maneiras. Minha fissura por ovos no leite é culpa da minha mãe que colocava gemas no nosso leite todos os dias quando eu e meus irmãos éramos crianças. Espero que a minha mãe, que sempre lê meu blog, se sinta orgulhosa com a minha declaração!

Pudim de leite
Inspirado nos muitos leites com gemas da minha infância...

1300ml de leite integral
300ml de açúcar + 125ml para a calda
9 ovos (deveria ter usado 5 ovos e 4 gemas mas usei ovos inteiros pois já tenho 18 claras no freezer!)
raspas de uma fava de baunilha
50ml de água

Como:

Aqueça o forno a 180C e ferva cerca de 1,5 litro de água para o banho maria. Selecione uma forma para assar o pudim, se preferir use forminhas individuais. Numa panelinha coloque 125ml de açúcar e 50ml de água e deixe ferver e cozinhar até formar uma calda de cor ambar. A calda queima com muita facilidade por isso fique ao lado para não deixar queimar. Quando a calda estiver da cor que você deseja retire a panela do fogo imediatamente e transfira a calda para a forma selecionada e reserve. Se preferir uma calda mais fina adicione algumas colheradas mais de água, eu sempre adiciono um pouco mais de água para dissolver a calda.

Numa panela de fundo grosso ferva o leite com o açúcar e a baunilha. Enquanto o leite ferve bata bem os ovos com um batedor de mão. Quando o leite ferver retire algumas xícaras com uma concha e tempere os ovos no leite sem parar de mexer. Adicione o restante do leite sem parar de mexer para não talhar. Transfira a mistura para a forma com a calda e coloque a forma num tabuleiro grande. Coloque a água fervida no tabuleiro com a forma sem encher mais do que a metade da forma do pudim. Asse em banho maria por 50 minutos a 1 hora.

Importante: Deixe esfriar totalmente antes de desenformar. Jamais desenformar quente. O melhor é desenformar no dia seguinte.

Importante 2: Se os ovos talharem um pouco não se perturbe. Coloque o pudim na forma e e asse o pudim assim mesmo. A textura final vai ficar um pouco mais granulada mas o sabor e a aparência ficam idênticas. Quem nunca talhou ovos com leite quente?

Comentários

Flavia Pantoja disse…
Os pães estao lindos!! Ontem fiz brioche tambem mas para usar como base numa pissaladiere. Nao tem como nao gostar de qualquer pao com ovos , não???!!
Claudia Lima disse…
Claudia que bom que vc aproveitou a receita do Challah. O aspecto ficou como os meus ficam. Sou super fã deste pão.
Eu tenha a receita do Brioche, mas ainda não publiquei. Depois vc poderá comparar. Eu, particularmente, achei um pouquinho gordo. Me enjoa um pouco o estômago. Até hoje não repeti, ainda que o sabor seja delicioso.
O seu pudim me lembrou os que a minha falecida avó fazia. Sem leite condensado, muito melhor.
Ela morreu e eu não tive a chance de pegar a receita.
Ficou com uma cara muito bonita. Os meus sempre saem com cara de monstro. A minha forma não é muito boa para desenformar.
Bjs :)
Isabel Salvador disse…
que deliçia adorei tanto o falso brioche como o pudim,maravilha,jinhosss
♥ mesa para 4 disse…
Claudinha se isso continua assim escuro, vais ter que pedir uma caixa de luz ao pai natal hehe...eu aqui tenho muita luz, mas praticamente só faço comida de noite o que vai dar exactamente no mesmo...eu gosto das fotos de noite e sem luz, são quentes, são confortáveis :D esse pão e pudim é um 2 em 1 perfeito :D
Elisabete disse…
Magníficos, o pão e o pudim. O pão tem cara de muito gostoso, super fofo e torradinho com essa manteiga nhammmmmm.
O pudim, bom o pudim, eu também adoro pudim com ovos, fica divino muito gostoso e este seu, Jesus amado, que coisa linda. Suas fotos ficaram lindas com a noite. Beijinhos
Blog da Nô disse…
Cláudia, realmente essa escuridão tão cedo atrapalha. Aqui, quando são umas 17h15/17h30, já está bastante escuro. Faço as fotos sem vontade e, algumas, deixo para fazer a foto no dia seguinte, para aproveitar a luz.
Mas, apesar de tudo isso, as duas receitas são ótimas!
:o)
Dani disse…
Nossa, o que eu não daria por um pudim de leite agora mesmo! Eu gosto de doces básicos, sabe, sem grandes invenções e, como você, tudo que leva gemas, amêndoas, etc...
Não gostava muito desse pudim quando criança, hoje em dia adoro.
Adoro fazer pães, nunca tentei um brioche, vou copiar esta receita para a minha lista de stand-bys.
Confesso que sou mais salgados do que doces, mas empapuço de sopas se como refularmente.
Gosto mesmo de tudo que ou leva arroz ou pode ter arroz como mistura, maa continuo com uma preguiça gigante de cozinhar, meio para baixo.
O bom do auge da escuridão é que, depois do dia 21, os dias começam a encompridar de novo. E você vai ao Brasil em fevereiro e, quando retornar, a escuridão dos dias já será história. Até o próximo ciclo.
Cansa, né?

Beijocas,
Unknown disse…
As fotos ficaram lindas! Eu adoro esse tipo de pudim. Os paozinhos devem ser uma delicia. Vou ter de experimentar.

Beijinhos
Isabel disse…
Eu achei as fotos maravilhosas e as receitas nem se fala!
Quer o pão, quer o pudim, estão divinais, perfeitos!
beijinho e parabéns.
Gina disse…
Os brioches podem ser "falsos", mas que ficaram atraentes, não tenha dúvida.
O pudim de leite condensado já não é corriqueio na minha cozinha, apesar de muito prático. Com leite e açúcar nunca fiz.
Lembrei-me de um doce de leite granuladinho que minha mãe fazia, feito com leite azedo...´
Para quem gosta de perfeição, a falta de claridade nas fotos chateia, mas leve tão a sério, elas estão bonitas assim.
Agora me responde o que são esses frutinhos no galho, fiquei curiosa.
Bjs.
Sarah disse…
Hum...justamente a receita que procurava!! Vou correndo pra cozinha!rs

Querida, até agora não recebi seu presente....snif! Tão curiosa eu tô!

Bjos
Aorei esse teu pão e não tarda vou fazê-lo, desde que descobri o método do artisan bread in 5 minutes que faço todo o pão que consumimos em casa. Comprei o novo livro deles, mas fiquei decpcionada com o aspecto gráfico e coloquei de lado continuando a fazer os pães à minha maneira.
Os meus pudins também ficam assim com o teu mas eu nunca fervo o leite adiciono tudo em frio só que em vez da baunilha coloco açúcar baunilhado.
As duas receitas são uma delícia.
Beijo grande
Moira
moranguita disse…
este oudim pode vir ja a correr apra a minha mesa:-)
Unknown disse…
Estou fazendo esse falso brioche e fiquei com uma dúvida. Minha massa ficou SUPER úmida, se transformou em um creme.
Como li na sua receita que depois de crescida a massa temos que manipulá-la para fazer duas tripas grossas, concluí que a massa não poderia ser mole...
Aí com muitas dúvidas e medo de não ficar bom e perder uma massa inteira, fui colocando mais farinha até ficar uma massa de pão comum.
Sei que posso não obter o mesmo resultado da sua foto, tampouco aquela fofura que está estampada na fatia ao lado do pão.
Depois do meu drama exposto, rs..., gostaria de saber se a quantidade de farinha está correta? Na minha humilde opinião, acho uma quantidade grande de água, de ovos, de manteiga, para pouca farinha, e ainda depois ter que manipular a massa com as mãos...
Obrigada!
Anônimo disse…
Estou fazendo esse falso brioche e fiquei com uma dúvida. Minha massa ficou SUPER úmida, se transformou em um creme.
Como li na sua receita que depois de crescida a massa temos que manipulá-la para fazer duas tripas grossas, concluí que a massa não poderia ser mole...
Aí com muitas dúvidas e medo de não ficar bom e perder uma massa inteira, fui colocando mais farinha até ficar uma massa de pão comum.
Sei que posso não obter o mesmo resultado da sua foto, tampouco aquela fofura que está estampada na fatia ao lado do pão.
Depois do meu drama exposto, rs..., gostaria de saber se a quantidade de farinha está correta? Na minha humilde opinião, acho uma quantidade grande de água, de ovos, de manteiga, para pouca farinha, e ainda depois ter que manipular a massa com as mãos...
Obrigada!
Claudia disse…
Fe.o.ss,

As medidas desta receita estão corretas, eu faço sempre, mas está adaptada para o ambiente da minha cozinha, seco e frio.

Mas veja, qual o tamanho da tua xícara? A receita pede 4 (quatro) xícaras de 250ml de farinha. Um copo americano grande em geral tem 250ml. Se você usar uma xícara de chá de 180ml dá muita diferença.

O ideal é você usar então as medidas líquidas. Por exemplo 1 litro de farinha ao invés das 4 xícaras para 240ml de água, 4 ovos, mateiga e tal. Dê uma sovada de uns 5 a 7 minutos para ajudar a formar o gluten que ajuda na hora incorporar manteiga e ovos.

Problemas comuns que podem ocorrer são:

1. Se você está em algum lugar úmido demais, ou calor demais, vai precisar de um pouco mais de farinha mesmo e, neste caso, ir adicionando menos água a medida que você experimentar mais a receita. Isso acontece, ter que experimentar a receita. Aqui é muito seco e eu uso sempre menos farinha do que as receitas indicam e sempre preciso adicionar mais água ou líquido as receitas.

2. As farinhas em locais úmidos ficam muito molhadas e precisam estar bem frescas ou guardadas em locais bem secos para evitar umidade. Neste caso pode melar a massa mais mesmo.

Enfim, receitas de pão são mais ou menos arriscadas dependendo dessas situações, mas nada que impeça que você acerte.

Boa sorte,

Cláudia
Unknown disse…
Olá Claudia!

Primeiro de tudo obrigada por responder prontamente! Fiquei feliz!

Bom, a xícara que eu uso é uma de 250 ml, e uso-a tanto par os líquidos quanto para os sólidos. E uso a farinha embalada em saco plástico, não a de saco de papel, então ela não absorve a umidade do ambiente. Moro na Praia Grande, litoral de São Paulo, e aqui é BEM quente!!!!

Da próxima vez vou seguir seu conselho, colocarei a água de acordo com a necessidade, ao invés de colocar toda a água...

Bom, mas falando desse pão que eu fiz e que deu errado, no fim deu certo! Terminei de assar o pão e ele ficou LINDO, CHEIROSO e DELICIOSO!!!

Claro que não ficou igual ao seu, porque a quantia de farinha foi maior, mas ficou com cara e sabor de pão de fazenda! E eu não pincelei ovo, passei manteiga! Até minha mãe ficou emocionada dizendo que parecia o pão que a minha avó fazia, assado no forno de barro! E de fato ele ficou parecido com uns pães caseiros que eu comi uma vez que visitei o interior do Paraná.

Claudia, resumindo, A M E I sua receita, porque mesmo dando errado deu certo!!!

Muito obrigada!

Fernanda
Claudia disse…
Fernanda,

Conheço a Praia Grande, onde você vive e a umidade e o caor são, sem dúvida, os maiores problemas nessa hora, mesmo no saco plástico a farinha de trigo no litoral absorve umidade e fica mais molhada.

Você vai precisar reduzir a quantidade de água e ir aumentando a quantidade de farinha a medida que precisar, mas adicionar um pouco mais de farinha nem sempre atrapalha a receita. No fim depender mesmo de ir experimentando com a receita.

Beijo,

C.

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