Café da manhã de uma expatriada: canjica de coco ou mungunzá...



Os dias andam uma loucura pela manhã... preciso despachar crianças para a escola, preparar merendas, preparar o meu dia e ir para a loja. Vida de comerciante é uma loucura, ainda mais quando é a loja do eu sozinha... Estava comendo mal de manhã, sem muito tempo. Um pãozinho e café, mas não poss ficar no pão. Preciso, mas preciso muito deixar de comer glúten. Coisas pós-hipertiroidismo, coisas de uma sistema imunológico que precisa de apoio incondicional. E deixar gluten, açúcar, lácteos e fermentados em algum lugar do passado seria um grande benefício para mim. Mas ainda não dá para deixar tudo isso para trás. Em especialmente os leites. Precisa tentar uma coisa de cada vez e começo com o glúten.



(Canjica de coco com suco de maça. Café da manhã, solitário e super espartano dá paz e sossego ao meu estômago "estressado" e ainda sustenta o corpo em dia de trabalho intenso).

Para substituir o trigo, malvado, dá-lhe milho e farinhas de mandioca em todas as suas nuances. Trouxe do Brasil um monte de sacos de farinhas, polvilhos e milho branco, aquele que chamamos de milho de canjica no Rio. Sempre que dá me dou o prazer de fazer canjica para o café da manhã. Canjica de coco, ou mungunzá, como é chamada no nordeste, sempre foi uma adoração minha e cai super, hiper bem no estômago sensível. A canjica quentinha, feita com leite ultra-hiper-desnatado e orgânico, leite de coco também orgânico, baunilha bourbon orgânica, canela, coco ralado orgânico e milho do interior do Estado do Rio e um cheirinho de açúcar de cana orgânico. Nada pode ser mais agradável.


(A garrafa e o castiçal de vidro estão na mesa pois eu acabei de compra-los, num brechó local. Eu fiquei admirando os detalhes enquanto saboreava minha canjica.)


Uma canjiquinha no café dá manhã são coisas me ajudam a vencer um dia, sem muito sofrimento. Sou capaz de passar a manhã quase inteira sem precisar comer nada além da canjica. Claro, depois da canjica e do suquinho de maça rola um cafézão, preto e amargo, pois essa que vos escreve é uma mulher-café. Mas canjica antes de dormir é uma outra forma de prazer que pratico com frequência...




Canjica de coco (Mungunzá)


- Receita para quem não usa panela de pressão nem deixou o milho de molho de véspera!


1,5 litro de leite 0,1% de gordura orgânico
2dl de milho para canjica (cerca de 200 gramas
350 ml de leite de coco orgânico de baixo teor de gordura
100 gramas de coco ralado fresco ou seco, use o que preferir
1/2 colher de chá de pó de baunilha
1 pauzinho de canela
Açúcar a gosto


Como:

Lave o milho e escorra. Coloque numa panela de fundo grosso, cubra com água e leve para ferver em fogo médio. Deixe que o milho ferva até reduzir bastante a água, pela metade mais ou menos. Depois que o milho ferveu e a água evaporou bastante, pela metade pelo menos, adicione um litro de leite ao milho fervido em água, sem desligar o fogo e sem retirar a panela do calor. Deixe que o leite ferva e adicione o leite de coco, o coco ralado, a baunilha, a canela e açúcar a gosto. Deixe que a mistura cozinhe em fogo médio até o milho ficar macio, cerca de uma hora, em fogo baixo. Se a mistura começar a engrossar e/ou secar rápido demais, reduza o fogo e adicione mais leite até usar todo os 500ml restantes. Se precisar de mais leite, use mais e se precisar de mais tempo para cozinhar o milho, faça isso. Eu gosto do milho cozido no ponto, não muito mole e não uso panelas de pressã, prefiro deixar cozinhar.

Obs. Retire a baunilha se preferir e adicione mais canela, se desejar. Adicione cravos se te agradar. Pode adicionar também cumaru, amburana, erva-doce e/ou anis. Com cumaru e/ou amburana a canjica vira um balsamo para o estômago... Com anis a canjica torna-se um anti-viral poderoso, excelente para combater as gripes de inverno.


Sirva quente.



Obs 2. Alguns me perguntam porque eu trago tanta farinha de madioca, polvilho azedo, polvilho doce e milho branco do Brasil se é possível encontrar alguns similares aqui. Bem, nenhuma farinha de mandioca, nem polvilho é igual aos do Brasil. Os polvilhos de mandioca da Åsia são péssimos, uma desgrama fedorenta, eu os uso, eventualmente, mas não servem para pão de queijo nem para biscoito de polvilho, por exemplo. A farinha de farofa de Ghana é boa, mas no fim me parecem estar sempre velha, tem um gosto de fundo e não tem o mesmo perfume da marca Tipiti, de Barra do Itabapoana, no Estado do Rio, que trago quando viajo.

Na minha fase sem trigo, sem glúten eu preciso muito de farinhas de mandioca e de milho, mais do que nunca. Felizmente boas farinhas de milho eu já encontrei, e todas orgânicas, o que é simplesmente sensacional. Outro dia encontrei farinha de mandioca azeda, também de Ghana, fiquei curiosa mas a embalagem suspeita, um plástico sujo, sem data de vencimento e sem muita informação tinha um preço caríssimo. Aquela aparência me deixou em dúvida e decidi não experimentar, ainda. Vamos ver se dá próxima vez eu me arrisco.

Comentários

Claudia,
Também adoro canjica quentinha.
Muitas vezes faço sem coco, e ela também fica deliciosa.
Beijo.
Anônimo disse…
Que delicadeza essa receita. Uma surpresa boa... essa sugestão de baunilha no fundo. Abraços, Adriana
Cacau Gonçalves disse…
Olá!

Lindas as suas compras de brechó! Eu adoro coisas antigas, vidros e cristais em especial.

Estava aqui pensando se não podemos simplesmente tirar o leite de vaca da canjica e manter somente o leite de coco ou acrescentar um outro leite vegetal. Tenho eliminado o leite animal e a farinha de trigo da dieta, reduzido ovos (quando como, somente caipira) e açúcar (quando uso, somente mel, melado e demerara)

Seu blog é lindo!

beijo
Gina disse…
Não consigo ficar só numa tigelinha, viu? Canjica é bom demais e, com o frio que faz aqui, vai bem a qualquer hora!
Bom final de semana, Cláudia!
Fabíola disse…
Claudia,

boa sorte com a loja!! E que as próximas canjicas sejam deliciosas como esta...

Beijos!
Jalile e Ricardo disse…
hummmmm, hummmmmmm, hummmmmmmmmmmms
morri de inveja dessa canjica!!!!


parabens, e mais sucesso!!!

beijoss
Camila Hareide disse…
A madame me descurpa a farta de inducação, mas vá pa Pôqp, pô! Eu não sou de ter muitas lombrigas, eu si viro c´ascoisa que eu acho por aqui - farinha de mandioca africana, Hapå como doce de leite, e a goiabada cascão que trouxe do Brasil e como em caquinhos, muito comedidamente pra bicha durar muito... Mas canjica, carvalho, é a minha maior lombriga, lombriga de memória de infância, de festa junina de colégio. Ai, meus sais!

beijo
Dani disse…
Canjica é uma delícia, uma refeição doce e delicada. Não como há séculos... Mas gosto de mingau de aveia de manhã, com maçã ou outra fruta.
Como foi a primeira semana? Coloque fotos aqui, estamos curiosas(os).

Beijo, boa semana.
Bem, de canja eu gosto muito mas, a de milho amarelo... também como a de milho branco... Tenha um ótimo domingo!
Angela Escritora disse…
Apesar de eu ser contra comidas brancas e moles tenho a maior ternura por esse café da manhã, lembra minha mãe, cearense, Célia Moreira da Rocha, e minha avó, baiana. E infancia, claro, como essas palavras (munguzá, canjica, cuscuz) faziam parte das conversas!
Claudia disse…
Angela,

Adorei tua sinceridade, eu também acho pratos todos brancos meio monotóno, ainda que sejam saborosos. As vezes eu salpico canela em pó e quebra um pouco e fica ainda mais gostosa.

Bj,

Claudia
Marlene disse…
Oi Claudia!
Eu tb adoro canjica e no meu blog tem uma receita muito boa, só que não é daeti. Se quizer dar uma olhada o endereço é: http://receitassaborosasdamamae.blogspot.com/
Um grande abraço!
Juliana disse…
Eu amo canjica, e este receita foi uma alegria pra mim.
Gratidão e felicidades

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